Nós, membros dos coletivos/grupos que atuam no Território de Cultura Afro Mãe Sylvia de Oxalá, também
conhecido como Centro Cultural do Jabaquara estamos, através deste documento, manifestando nossa
preocupação com os rumos a que serão conduzidas as atividades dos nossos coletivos/grupos, a partir do
momento em que foi informada a substituição do coordenador do Centro Cultural do Jabaquara, Julio César
Pereira de Freitas.

As atividades dos nossos coletivos/grupos são o que de fato transforma o Centro Cultural num espaço público,
somando à oportunidade de lazer e de contato com uma considerável área verde, atividades ligadas
ao esporte, cultura e entretenimento.

Alguns de nós exercem essas atividades há décadas, superando as questões partidarias e oferecendo à
população regional oportunidades de socialização e divertimento. Nossa sobrevivência nesse espaço é a
sobrevivência do espaço público.

Embora não sejamos insubstituíveis, somos, na maioria, formados por pessoas que residem no bairro e estamos afinados com a proposta inicial que, desde a administração da prefeita Luiza Erundina, transformou
o centro cultural no Acervo do Viver e da Memória dos Afro descendentes.

Uma das maiores colaboradoras desse acervo foi a Yalorixá Mãe Sylvia de Oxalá, falecida recentemente e
que foi homenageada no dia 20 de Novembro de 2014 com a inauguração da placa que oficializa o nome
do Centro Cultural do Jabaquara como Território de Cultura Afro, que presta uma justa homenagem à Mãe
Sylvia.

Para chegar a esse reconhecimento foi fundamental o esforço e dedicação do coordenador Julio César
Pereira de Freitas que, durante o tempo em que aqui esteve, se dedicou apaixonadamente ao espaço, conseguindo que ele se tornasse conhecido e frequentado por mais pessoas sem perder o foco na manutenção
e resgate da memória do povo afro descendente e de sua contribuição para a construção da sociedade
brasileira.

É portanto natural nossa preocupação, na medida em que ao sermos informados do seu afastamento sob
a alegação de que ele não se enquadra nos futuros projetos para o Território, surja entre nós a pergunta:
Quais são esses projetos que não são capazes de aproveitar alguém que sempre mostrou empenho, dedicação
e, sobretudo resultados afinados com os objetivos dos coletivos/grupos e do próprio espaço público.

Definitivamente questionamos se há de fato a possibilidade de alguém melhor assumir essa função.
Esperamos que a Secretaria de Cultura reveja sua posição e que tenha a generosidade de nos ouvir antes
de tomar uma decisão que parece ser um grande engano.

Abaixo encontram-se as assinaturas e os coletivos que aguardam por um retorno do Sr. Secretário Nabil
Bonduki.

Nome – Coletivo
Marco A. Fontes de Sá – Cativeiro
Yá Paula de Yansã – Axé Ilê Obá
Telma C.Witter – Axé Ilê Obá/MR4
Osmar Azevedo – Coletivo Barraca
Wellington Dias – A Ordem do Caos
Marilucia R. Oliveira – A Ordem do Caos
Joel Barbosa Gaudencio – A Ordem do Caos
Luiza Maia – La barraca
Cleiton Bars – Novos Fulanos
Renato Manoel de Souza
Alex Mendes – Retratos
Isabele A.Gomes – Mucambos de Raiz Nagô
Adalcir Vieira da Graça – Mucambos de Raiz Nagô
Andreia Rodrigues – Mucambos de Raiz Nagô
Priscilla Alves Rocha – Mucambos de Raiz Nagô
Sergio Marques – Mil Coisas
Yara Taffis – Mil Coisas
Denilson Reis
Ellen Caroline
Rafael Rodrigues – Grupo Baoba/Axé
Mirrah – Cineasta
Dr.Carlos José Angatu Tupinamba

In:

0 resposta para “MANIFESTO – Território de Cultura Afro Mãe Sylvia de Oxalá”