Os atabaques estão sempre prontos e preparados para dar o som e o caminho dentro de um terreiro de Camdomblé, eles nos levam para estados de concentração e ao aprendizado dos saberes contidos no silêncio de cada ato.

Desde que se entra para dentro da porteira de uma casa de Candomblé as pessoas começam a perceber a importância de momentos de silêncio dentro dos rituais, no ato de escutar os mais velhos, do silêncio para ouvir o espaço sagrado em que se está inserido.

É necessário que todos os que integram o cotidiano do Camdomblé percebam a importância dos momentos dedicados a meditação, silenciamos muito, somos levados a olhar para dentro para podermos nos conectar com a orixalidade, com a ancestralidade.

No silêncio nos conectamos com o sagrado, na concentração para cuidar de cada pequena tarefa nos é dada a possibilidade de refletir, observar e aprender.

Dentro do processo iniciático aprendemos a importância de meditar, e é um tempo importante para silenciar, revisar sua essência, aumentar nossa conexão com o sagrado, contato com cada elemento da Orixalidade.

A natureza não fala alto, as folhas devem ser colhidas e tratadas com silêncio e foco. A preparação de cada comida, a água colocada em cada quartinha merecem concentração e silêncio para fortalecer as energias da vida e da natureza.

O silêncio é fundamental para ouvirmos nossa existência e compartilharmos com o universo, com a natureza ancestral, o silêncio guarda o conhecimento ancestral. No Candomblé deve-se observar mais do que falar, aprender respeitando o seu tempo, assim como o tempo do outro e dos acontecimentos, a pressa deve ficar do lado de fora do terreiro, o tempo e o silêncio fazem crescer.

Que Oxalá nos cubra com seu manto sagrado e nos proteja e nos de discernimento para enfrentarmos todas as fases desse Universo paralelo chamado Vida.

 

Texto de Mãe Paula de Yansã

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